Pastoral do Dízimo


Com o surgimento da paróquia, surgiram também várias pastorais e entre elas a Pastoral do Dizimo. A comunidade ainda pequena já compreendia que era importante partilhar a vida, os desafios, as conquistas, alegrias e tristezas… Queríamos ser a Igreja Viva de Cristo. Os recursos financeiros para construção da igreja foram buscados nas campanhas, rifas e eventos que a Paróquia sempre realizou, porém, contava com a partilha para poder pagar suas despesas mensais. Aos poucos tudo foi se concretizando, pois a comunidade crescia na fé, no amor fraterno e na disponibilidade de colocar seus dons a serviço da Igreja, para sermos o Evangelho de Cristo no mundo de hoje.

Partilhar: “Olhar para as necessidades
S. Mt 5 e S. Lucas 6,20-26 e também a conversão de Zaqueu (S. Lc 19,1-10) nos mostram algo interessante. Fica evidente que Jesus não proclama a pobreza em si, mas a pobreza em espírito, isto é a preocupação com o bem comum e com a necessidade de todos. A pobreza não é certamente o Reino de Deus. Não foi Deus a criar a pobreza, mas a injustiça dos homens, a incapacidade de repartir o que Deus nos deu. Talvez o modelo certo de Jesus seja em Atos 4,32-35.
São Paulo diz em 2 Coríntios 9,7 “Cada um contribua segundo propôs no seu coração: não com tristeza, nem por constrangimento, porque Deus ama ao que dá com alegria.”
S. Mateus 23,23 “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes omitido o que há de mais importante na lei: a justiça, a misericórdia e a fé; estas coisas, porém, devíeis fazer, sem omitir aquelas”.
No Brasil, o dízimo voltou a ser implantado pela CNBB, na Igreja Católica, após 1969, quando o sistema de pagamento de taxas pelos serviços prestados pela Igreja, havia sido considerado “pastoralmente inadequado”. Por essa sugestão, os dízimos não tinham sentido meramente monetários, mas centravam-se em atender às necessidades das dimensões: Religiosa, Missionária e Social (Tranformadora) assumidas pela Igreja.
O Papa Bento XVI extinguiu o termo “dízimos” do quinto preceito da Igreja*, conforme Compêndio do Catecismo da Igreja Católica por ele promulgado em 28 de junho de 2005 e republicado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. O Quinto Mandamento agora é assim: Atender às necessidades materiais da Igreja, cada qual segundo as próprias possibilidades.
*Os preceitos da Igreja:
1) Participar na missa do Domingo e Dias Santos de Guarda e abster-se de trabalhos e atividades que impeçam a santificação desses dias;
2) Confessar os pecados recebendo o sacramento da Reconciliação, ao menos uma vez cada ano;
3) Comungar ao menos pela Páscoa da Ressurreição;
4) Guardar a abstinência e jejuar nos dias marcados pela Igreja;
5) Contribuir para as necessidades materiais da Igreja, cada um segundo as próprias possibilidades.

As dimensões da partilha: Religiosa, Missionária e Social (Tranformadora)
Dimensão religiosa
A partilha deve ser uma opção que liberta. Deve nos ajudar no processo de salvação, assim como na nossa caminhada para o céu, para Deus. “Tudo o que nos leva ao encontro do Pai está dentro da dimensão religiosa”. Quando eu contribuo generosamente com minha comunidade, e ela me dá condições de caminhar na fé, minha contribuição assume uma importância fundamental na dimensão de salvação pessoal. Nós não podemos ausentar-nos de contribuir para favorecer o crescimento na fé. Nossa preocupação deve estar, em todos os sentidos, dentro desta dimensão. Por exemplo: o templo deve ser um lugar adequado para o louvor a Deus, para adoração. Reunimo-nos no templo não para termos fé, mas porque temos fé. Vamos a ele para celebrar nossa fé com outros irmãos, para nela aprofundar–nos e vivê-la profundamente. E para que isto aconteça, não basta o templo: há necessidade de folhetos para acompanhar as liturgias, folhas de cânticos, velas, vinho, hóstias e instrumentos adequados de comunicação, para que a Palavra seja bem transmitida e bem assimilada. Hoje é indispensável um sistema de som que funcione bem. Não se pode mais admitir uma comunidade sem os meios de comunicação, que ajudam a um aprofundamento maior da Palavra de Deus. Não podemos esquecer também que a comunidade precisa pagar a conta de luz, água, telefone; pagar para manter as igrejas limpas e ter uma secretária, para que tudo possa funcionar corretamente. Se nossa comunidade não tem condições de ter tudo aquilo que é necessário e indispensável para desenvolver um trabalho de pastoral adequado, sentimos que estamos falhando na missão deixada por Deus a todos nós que fomos batizados e professamos nossa fé. A responsabilidade é daqueles que não contribuem para que isto seja possível. A partir do momento em que eu contribuo conscientemente, tenho direito de exigir e questionar. Antes não.
Partilhar não é dar o que sobra. “Partilhar é dar o que o outro precisa”.

Dimensão Missionária
A Igreja não seria Igreja se não vivesse com um ânimo missionário. Ser missionária significa não fechar-se numa pastoral de manutenção, isto é: cuidar apenas daqueles que vão à igreja. Significa sim ir ao encontro de todos, especialmente daqueles que não a procuram mais. No Brasil, como em outros países católicos, apenas os 10% da população freqüenta regularmente as missas e os sacramentos. Cada 100 católicos, apenas 33% freqüentam assiduamente sua comunidade. Existem muitos católicos afastados, que precisam ser encontrados com uma nova atitude e um novo impulso missionário. Hoje isso se realiza com encontros de evangelização, encontros de casais, encontros para jovens, eventos em lugares públicos e de maneira especial as Missões Populares.
Dimensão Social (Transformadora)
A igreja tem a obrigação evangélica de viver o amor para com todos. Jesus mostrou o seu amor, expressão do amor do Pai aos pobres, aos excluídos, aos aflitos, perseguidos e abandonados. Uma comunidade cristã deve olhar ao seu redor e procurar as feridas da sociedade, para construir uma nova sociedade baseada na justiça e no amor. A Paróquia não acredita em assistencialismo e pensa que o verdadeiro amor seja construir novas relações, novas situações de vida, onde os pobres possam resgatar a própria dignidade. A luta contra a pobreza, a fome e qualquer injustiça, se faz com uma nova cultura, a civilização do amor, que gera trabalho digno, novas oportunidades, arte, música, esporte, educação e cidadania. Por isso nossa Paróquia gerou um braço social do seu trabalho, que permite que o Evangelho se torne uma obra de amor concreto. Este braço social da paróquia chama-se Centro Sócio Cultural Nossa Senhora do Rosário de Fátima. 

Coordenador:
Joaquim Gualandi

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Salve Maria!

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